O Buddhismo no Ocidente

Rev. Shaku Shogyo (Gustavo Corrêa Pinto)

Os filhos só se tornam adultos quando saem da casa em que nasceram e ousam seu próprio rumo e destino. Sob árvore frondosa não pode crescer aquela que almeja ver o céu. Nem pode prosperar o buddhismo no Ocidente se não buscar ser por si mesmo ele próprio. Hoje o constrange a tutela de formas que lhe são estranhas. A recriação que possibilitará sua assimilação exige o retorno à experiência que um dia deu origem à tradição de que é herdeiro. Ela é a fonte viva que precede aos textos e os fundamenta. Aqueles que buscam ser buddhistas no Ocidente terão de re-encontrar o Buddha que inspirou Gautama e todos os Patriarcas. Isso significa percorrer o caminho do coração, tal como o fizeram os Myokonins, aqueles maravilhosos sábios iletrados.

De que nos podem valer autoridades institucionais, eruditos em doutrina, se não soubermos ouvir ao Chamado Silencioso do insondável que se dirige a nós através de cada fato do cotidiano? De que serve acumular saber se não percebermos em nossas vidas a presença e ação da Sabedoria e Compaixão búddhicas?

Bahum pi ce sahitam bhasamano –
na takkaro hoti naro pamatto
Gopo’va gavo ganayam paresam –
Na bhagava samannassa hoti.

(Shinran, Yuishinsho mon'i, The Collected Works of Shinran, pag. 461)

Sempre houve buddhismo no Ocidente, tal como em toda parte onde viveu gente que, tendo sido acordada da hipnose do eu e se descoberto una com tudo, viu-se inundada por infinita compaixão para com todos os seres. O sorriso dos Buddhas iluminou rostos de todas as raças desde sempre, naqueles que, desatentos de si, acudiram, amaram, se doaram ao outro, sem sequer pensar que o faziam. A bondade espontânea não tem dono e onde se manifesta é uma só e a mesma.

É de dentro de nós mesmos que tem de nascer o buddhismo no Ocidente. Nem pode vir de fora nem deve soar estranho. Ou o re-encontramos ou nunca será nosso. Ou nos reconhecemos nele ou nunca nos será natural. Ou o re-aprendemos ou nunca o saberemos.

Para praticar o buddhismo hoje no Ocidente, há algo mais importante do que sentar em meditação profunda, recitar incessantemente mantras ou o Nenbutsu, ler bibliotecas de textos canônicos, freqüentar Templos, ouvir pregações e cumprir regras. Tudo isso é bom mas secundário. O essencial é aprender a agradecer e ajudar. Agradecer o que? Nada menos que tudo. Ajudar à quem? À quem quer que encontremos.

Quando Shakyamuni ia entrar no Nirvana, ele disse aos bhikshus, 'De hoje em diante, confiem no Dharma, não em quem o ensina. Confiem no sentido, não nas palavras. Confiem na sabedoria, não nas construções intelectuais.'

(Shinran, Kyo Gyo Shin Sho, VI, 71, The Collected Works of Shinran, pág. 241)

A Mandala ao lado é do Buda Amitaba e serve para autoconhecimento, para fazer a praticom ela clique nela e veja a forma correta de fazer o exercicio.

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