Como Atingir o Samadhi

O melhor modo para atingir o samadhi [absor��o meditativa] � aprend�-lo atrav�s da pr�tica da medita��o sentada. Depois de termos praticado suficientemente a medita��o sentada por um longo de per�odo de tempo, descobriremos que somos capazes de entrar em samadhi quando caminharmos nas florestas, ao lado de um rio na montanha ou no meio de uma campina. Logo ap�s este estado ser atingido, descobriremos que somos capazes de entrar em samadhi at� mesmo em uma rua agitada no meio de uma cidade barulhenta. Os estados de samadhi podem ser fr�geis no come�o, mas com a pr�tica tornam-se muito fortes.

No in�cio, devemos aprender como entrar em samadhi em uma sala quieta com poucas distra��es. A luz deve ser reduzida mas a sala n�o deve estar escura, pois a escurid�o pode induzir ao sono. � bom ter um altar ao Buda em sua sala de medita��o e � bom curvar-se diante do Buda e acender incenso antes de come�ar a meditar. Junte seus pensamentos enquanto acende o incenso e focalize sua aten��o sobre o Buda. Seu assento n�o deve estar no vento ou no sol, e sua sala de medita��o n�o deve ser �mida. O objetivo da medita��o � elevar sua consci�ncia e n�o o de faz�-lo ficar doente.

Roupas folgadas e confort�veis devem ser vestidas para a medita��o, e o est�mago n�o deve estar cheio de comida. Depois de comer, � melhor esperar pelo menos uma hora depois antes de come�ar a meditar. Aprendendo como controlar e pacificar estas tr�s �reas de nosso ser, aprendemos como perceber a beleza maravilhosa do Buda que j� est� dentro de n�s.

A grandeza do samadhi
� como a grandeza de um rei
porque o samadhi controla tudo.
� do Shastra Mahaprajnaparamita

Controle do corpo

Os sete aspectos do Buda Vairochana sentado s�o um fundamento b�sico para a medi��o budista. Discutiremos estes sete aspectos abaixo.

1. A posi��o de l�tus. Falando de modo geral, a posi��o de l�tus � a melhor posi��o para a medita��o sentada. A posi��o de l�tus completo � uma posi��o de pernas cruzadas em que o p� descansa sobre o topo das coxas, bem acima dos joelhos. A posi��o de meio-l�tus � uma posi��o de pernas cruzadas em que apenas um p� descansa no topo de uma coxa, enquanto o outro p� descansa abaixo da outra coxa. A posi��o de l�tus completo � considerada a melhor posi��o para a medita��o porque estabiliza o corpo muito efetivamente. Se esta posi��o for desconfort�vel, a posi��o de meio-l�tus deve ser usada. Se esta posi��o tamb�m for desconfort�vel, n�o h� problema em meditar sentado sobre uma cadeira ou sobre um banquinho baixo designado para medita��o. A coisa mais importante sobre qualquer posi��o que escolha � que suas costas estejam eretas e que n�o toquem qualquer coisa.

As fontes chinesas geralmente reconhecem dois tipos de posi��o de l�tus completo. A posi��o em que o p� esquerdo � colocado sobre a coxa direita e ent�o o p� direito � colocado sobre a coxa esquerda � usada para obter b�n��os e � chamada a "posi��o auspiciosa". Quando a ordem de coloca��o dos p�s sobre as coxas � invertida, a posi��o � usada  para subjugar dem�nios e � chamada a "posi��o de subjugar dem�nios".

2. Posi��o das m�os. Uma vez que uma posi��o sentada seja adotada, as m�os devem descansar confortavelmente no colo, com as costas de uma m�o descansando sobre a palma da outra. As pontas dos polegares devem tocar levemente uma � outra. Esta posi��o � muito boa para a circula��o de energias dentro do sistema � chamada mudra do dharmadhatu.

3. Posi��o das costas. J� que a espinha � o principal centro nervoso do corpo, onde as energias das extremidades se juntam, � importante que a espinha esteja ereta enquanto se medita. As pessoas que t�m costas fracas ou que n�o est�o acostumadas a se sentar sem qualquer suporte podem precisar de algum tempo para se acostumarem a se sentar deste modo. A maioria das pessoas � capaz de se sentar corretamente sem muita pr�tica. A espinha deve estar ereta na medita��o, mas n�o deve estar r�gida, dura ou ereta de forma desnatural. Acima de tudo, devemos nos sentir relaxados e confort�veis em nossa posi��o de medita��o. Antes de tudo, devemos desfrutar o ato f�sico de se sentar para meditar.

4. Posi��o dos ombros e do t�rax. Os ombros devem ser mantidos confortavelmente para atr�s, em uma posi��o que permita que o t�rax relaxe para que a respira��o possa fluir suavemente.

5. Posi��o do pesco�o e da cabe�a. Tanto a cabe�a quanto o pesco�o devem ser mantidos eretos. Se a cabe�a se inclinar muito para frente, a circula��o atrav�s do pesco�o n�o ser� a melhor. Se vistas de lado, as orelhas devem estar alinhadas diretamente acima com os ombros. Esta posi��o permite que a respira��o viaje suavemente atrav�s do nariz at� os pulm�es e fornece uma circula��o excelente atrav�s do abd�men e da cavidade tor�cica. Alguma aten��o deve ser dada aos m�sculos atr�s do pesco�o. Se estes m�sculos estiverem relaxados e bem alinhados, as costas inteiras geralmente cair�o na posi��o natural muito facilmente.

6. Posi��o da boca. A mand�bula e os l�bios devem estar levemente fechados. A ponta da l�ngua deve estar gentilmente atr�s dos dentes frontais superiores.

7. Os olhos. Os meditadores iniciantes geralmente praticar�o melhor se manterem seus olhos levemente abertos e olharem fixamente para algo a meio ou um metro � frente. Isto ajudar� a impedir a sonol�ncia.

Estes sete pontos s�o b�sicos para nossa postura f�sica enquanto estivermos meditando. Abaixo mencionarei mais oito pontos que tamb�m s�o importantes para atingir uma posi��o de medita��o confort�vel e efetiva.

1. Paz. Nosso assento e nossa sala em que meditamos devem estar arrumados de um modo que seja condutivo a sentimentos de paz e conforto.

2. N�o estar constringido. Roupas apertadas, cintos, rel�gios, �culos, j�ias ou qualquer outra pe�a que constrinja a circula��o devem ser soltos ou removidos antes de meditar.

3. O assento. Se estivermos usando a posi��o de l�tus ou meio-l�tus, devemos nos sentar sobre uma almofada confort�vel que n�o deslize ao redor nem mude facilmente a sua forma. Uma boa almofada deve ser grande o suficiente para suportar as pernas e os joelhos, e deve ter cerca de quatro dedos de grossura.

Se esta posi��o n�o for confort�vel, um banquinho baixo designado para medita��o pode ser usado, assim como a ponta de uma cadeira ou a ponta de uma cama dura. A postura � importante na medita��o. Por�m, como os corpos e os h�bitos das pessoas variam muito, � imposs�vel estabelecer apenas uma ou duas regras para sentar. Novamente, o conforto e uma espinha ereta que n�o toque qualquer coisa s�o b�sicos para todas as boas posi��es de medita��o.

4. Cobrir os joelhos. J� que a nossa circula��o diminui durante a medita��o, � importante que os seus joelhos sejam mantidos quentes. Se o tempo estiver frio, eles devem ser cobertos com um pequeno cobertor ou pano.

5. Purificar a respira��o. Repita a seguinte a��o tr�s vezes: inale atrav�s do nariz e exale atrav�s da boca. Enquanto exalar, imagine que est� exalando as toxinas e m�culas do seu sistema. Tanto as suas inala��es quanto as exala��es devem ser lentas e atentas. Se n�o se sentir relaxado depois de fazer este exerc�cio, repita-o.

6. Vire seu corpo algumas vezes em ambas as dire��es e ent�o se sente quietamente, sem se mover mais. Se a sua posi��o n�o parecer correta, vire-se novamente e se sente quietamente de novo. � muito importante se sentar enquanto estiver meditando. Movimentos ocasionais podem ser tolerados, mas todo meditador deve se esfor�ar para atingir longos per�odos de tempo durante os quais n�o haja qualquer movimento do corpo.

7. A face. Assim como todas as outras partes do corpo, a face deve estar relaxada. Um sorriso bem leve, se isto for natural, � uma boa express�o facial para meditar. A pr�pria face n�o deve ser r�gida ou severa.

8. As costas n�o devem se apoiar em qualquer coisa. Durante a medita��o, as energias dentro do sistema naturalmente come�ar�o a retroceder na espinha e ent�o subir�o dentro dela. Se as costas estiverem apoiadas em alguma coisa, este fluxo natural ser� bloqueado.

As tr�s coisas mais b�sicas a se lembrar sobre sua posi��o de medita��o s�o o conforto, a imobilidade e uma espinha ereta que n�o esteja apoiada em qualquer coisa. A medita��o deve ser agrad�vel e assim devemos nos fazer o t�o confort�veis quanto poss�vel. A imobilidade durante a medita��o ajuda-nos a arrear e elevar todas as energias presentes em nosso sistema. Uma espinha ereta, que n�o esteja apoiada em qualquer coisa. cria o canal para essas energias subirem em dire��o aos centros superiores.

O samadhi � como a �gua pura e clara
Pois pode limpar todas as m�culas.
� do Grande Tratado sobre a Perfei��o da Sabedoria

Controle da respira��o

O objetivo b�sico do controle da respira��o � o de transformar a respira��o �spera ou pesada em em uma respira��o mais lenta e refinada. Uma vez que o corpo esteja im�vel e que a respira��o esteja controlada, a mente naturalmente se tornar� mais calma. Quando falamos de "controlar" a respira��o, � importante lembrar que n�s a controlamos observando-a. Se tentar for�ar sua respira��o a se tornar calma, voc� apenas causar� problemas. A simples observa��o da respira��o � o melhor modo de faz�-la ficar lenta e calma. As fontes chinesas geralmente reconhecem quatro tipos de respira��o.

1. Respira��o ventosa. Este tipo de respira��o faz sons nas narinas.
2. Respira��o irregular. Este tipo de respira��o � quieto, mas � irregular e �s vezes p�ra e come�a.
3. Respira��o n�o-refinada. Este tipo de respira��o � quieto e regular, mas n�o � refinado. N�o � t�o confort�vel quando no quarto tipo de respira��o.
4. Respira��o correta. Este tipo de respira��o � quieto, regular, refinado, muito pac�fico e agrad�vel. Este tipo de respira��o traz grande paz � mente e ao cora��o.

Este quarto tipo de respira��o � mais rapidamente atingido simplesmente observando a respira��o. Se tentar se for�ar a respirar ou a se sentir de um certo modo, voc� provavelmente falhar�. A paz que voc� cria ao seu redor na medita��o continuar� a crescer com a pr�tica. Em tempo, voc� descobrir� que pode atingir paz e calma facilmente. Quando a respira��o e o corpo est�o pac�ficos, a mente tem um lugar do qual pode contemplar e compreender a si mesma com sucesso. Quando a respira��o e o corpo est�o pac�ficos, a mente pode entrar em samadhi.

A import�ncia da respira��o pode ser vista na seguinte passagem dos Seis Ensinamentos Maravilhosos, um livro muito influente que registra um discurso dado pelo grande monge Chih-i (538-597) no templo Wa-kuan na presente prov�ncia de Jiangsu. A data precisa deste discurso n�o � conhecida.

A "porta maravilhosa do seguir" abre o caminho para os dezesseis dharmas excepcionais. O primeiro destes dharmas � observar a inala��o da respira��o. O segundo � observar a exala��o da respira��o. O terceiro � observar a dura��o da respira��o. A quarta � observar a respira��o preencher o corpo inteiro. O quinto � eliminar todos os movimentos corporais. O sexto � absorver a felicidade na mente. O s�timo � absorver a alegria na mente. O oitavo � absorver todas as atividades mentais na mente. O nono � criar felicidade na mente. O d�cimo � unir todas as atividades da mente. O d�cimo primeiro � descobrir a libera��o na mente. O d�cimo segundo � contemplar a imperman�ncia. O d�cimo terceiro � contemplar a dispers�o de todas as coisas. O d�cimo quarto � contemplar o estado sem desejos. O d�cimo quinto � contemplar a extin��o. O d�cimo sexto � contemplar o n�o-apego perfeito.

Controle da mente

A mente n�o-treinada tem uma mente pr�pria. Os meditadores muitas vezes a comparam a um macaco b�bado que vaga atrav�s da floresta sem rumo, sem entendimento e sem o menor  auto-controle. Nossas mentes parecerem pertencer a n�s, mas assim que sentamos com a id�ia de que gostar�amos de dar uma olhada mais de perto em seus trabalhos, descobrimos que elas realmente n�o nos obedecem.

O Shastra Yogacharabhumi diz que h� nove n�veis diferentes de equil�brio meditativo ou "perman�ncia mental". Podemos come�ar a aprender como controlar nossas mentes estudando estes est�gios de equil�brio e os comparando com nossa pr�pria medita��o.

1. Perman�ncia interiorizada. Este � o primeiro est�gio. Neste est�gio, voltamos nossa aten��o do exterior e a puxamos completamente para dentro.
2. Perman�ncia equilibrada. No come�o deste est�gio, a mente � interiorizada, mas sua consci�ncia � descont�nua e aleat�ria. Primeiro h� um tipo de consci�ncia, ent�o outro e ent�o outro. O modo de trabalhar com este tipo de estado mental � permitir que seus pensamentos fluam. Siga-os de momento a momento sem se tornar apegado a eles. Com a pr�tica, este tipo de consci�ncia descont�nua gradualmente se assenta em um estado de serenidade pac�fica onde a consci�ncia � clara e equilibrada.
3. Perman�ncia pac�fica. Este est�gio � caracterizado por uma maravilhosa calma e paz. A chegada deste est�gio � como a chegada do tempo de outono em climas temperados. Ele n�o vem todo de uma vez. Quando o fim do ver�o se move para o outono e o inverno, o esfriamento esfriamento gradual da terra � manifestado aos poucos. Um mero dia ou dois de temperaturas frias em setembro ser� seguido por s�ries de tr�s ou quatro dias de temperaturas ainda mais frias em outubro. Por volta de novembro, haver� temporadas frias e em dezembro o tempo quente ter� se tornado uma lembran�a. Nesta met�fora, o come�o da perman�ncia pac�fica � como o come�o do outono e inverno. Primeiro reconhecemos uma pequena mudan�a e ent�o, em breve, nos tornamos acostumados a ela. Quando reconhecer o come�o da perman�ncia pac�fica em sua medita��o, perceba suas qualidades e aprecie o seu aprofundamento.
4. Perman�ncia pr�xima. Nesta est�gio, somos capazes de experienciar per�odos em nossa medita��o durante os quais os pensamentos delusivos n�o surgem. Neste est�gio, tamb�m aprendemos a dizer quando os pensamentos delusivos surgir�o, antes mesmo de eles surgirem. Com esta habilidade, somos capazes de defender nossa medita��o tanto de distra��es internas quanto externas.
5. Controle. Nesta est�gio, entendemos profundamente os m�ritos do samadhi e compreendemos completamente que os dez aspectos s�o as causas de toda delus�o. Os dez aspectos s�o forma, som, odor, sabor, toque, ambi��o, raiva, ignor�ncia, masculinidade e feminilidade. Neste est�gio, conquistamos nossa mente e n�o somos mais v�timas de suas excitabilidade.
6. Grande paz. Este est�gio � caracterizado pela profunda calma que vem de entender completamente que a ambi��o, a raiva e a ignor�ncia s�o as fontes de toda delus�o.
7. Paz suprema. Neste est�gio, os pensamentos delusivos n�o t�m oportunidade de surgir. A mente est� em um estado completamente natural e muito livre. O que quer que venha nela, vem nela, e o que quer que saia dela, sai simplesmente e sem deixar qualquer res�duo.
8. Unidirecionalidade. Neste est�gio, a mente est� reunida em um �nico ponto � descansa dentro de si mesma e est� completa em si mesma. Nada est� faltando e nenhuma interrup��o de consci�ncia pode ocorrer. Algum esfor�o � requerido para alcan�ar este estado.
9. Equanimidade. Este est�gio chega apenas depois de longa pr�tica. Nenhum esfor�o � requerido para alcan��-lo. Neste est�gio, a mente entrou totalmente em samadhi. A bondade permanece sem esfor�o e o mal permanece longe sem tentar entrar.

Enquanto observar os est�gios acima, � sempre uma boa id�ia perguntar a si mesmo onde a sua mente est�. A mente de Buda est� al�m da localidade e, j� que as profundezas de sua mente s�o a mente de Buda, sua mente tamb�m est� fundamentalmente al�m da localidade.

Nosso apego ao pensamento delusivo � o que nos mant�m no samsara. O mesmo apego � o que nos impede de atingir um profundo samadhi na medita��o. A delus�o mais fundamental da mente � sua necessidade teimosa de se agarrar as coisas � �s id�ias, conceitos, desejos, formas, emo��es, pessoas etc. A mente � como uma grande m�o que sempre quer agarrar tudo que se aproxima. Os budistas chineses usam esta necessidade da mente de se apegar a algo como uma ferramenta para libertar a mente.

A Explica��o Graduada da Perfei��o da Medita��o nos ensina cinco m�todos para usar esta mesma tend�ncia de agarrar as coisas como um meio de nos libertarmos desta tend�ncia. O objetivo deste m�todos � emboscar o agarramento habitual da mente em algo que o libertar� da delus�o.

1. Apegue a mente ao topo da cabe�a. A palavra chinesa para apego como est� sendo usada aqui � hsi, que significa "atar", "apegar" ou "ligar". Esta mesma palavra tamb�m � usada em chin�s para denotar estar atado ao samsara ou ao nosso karma. Como usado nestas cinco pr�ticas, hsi pode ser traduzida como "concentrar" em portugu�s, mas uma distin��o importante seria perdida. Usamos exatamente a mesma natureza apegada da mente para fazer estes exerc�cios, assim como a usamos para formar desejos ou medos de outros apegos que nos atam a este mundo.

A Explica��o Graduada da Perfei��o da Medita��o nos aconselha a "apegar a mente ao topo da cabe�a" como um modo de superara a sonol�ncia e o torpor. A mente pode ser pregui�osa em seus apegos � sono, confus�o e emo��es confusas de ignor�ncia tateante s�o muitas vezes t�o atrativas para ela quanto as cores e formas brilhantes dos desejos claramente percebidos. Quando elevamos nossos apegos inferiores ao topo da cabe�a, vamos a um longo caminho em dire��o a superar o que nos ata � delus�o.

A Explica��o Graduada da Perfei��o da Medita��o previne que, em alguns casos, esta t�cnica pode levar a problemas f�sicos associados com os ventos no corpo ou com um desejo de voar. Se isto acontecer, esta t�cnica deve ser descontinuada.

2. Apegue a mente a lugares onde o cabelo encontra o escalpo. Este � um lugar muito bom para centrar a aten��o. � f�cil de sentir e a maioria das pessoas tem bons resultados quando tenta usar esta t�cnica. Esta pr�tica muitas vezes pode levar a uma compreens�o quase vision�ria do esqueleto humano e da imperman�ncia do corpo. Em alguns casos, o uso exagerado desta t�cnica pode fazer os olhos fitarem para cima e perceberem nuvens brilhantemente coloridas ou mosaicos abstratos de cor. Estas formas podem levar a mente a ver formas ainda mais confusas e eventualmente podemos desmaiar. Por esta raz�o, � importante n�o abusar deste tipo de medita��o.

3. Apegue a mente �s narinas internas. As narinas s�o as portas de entrada que permitem que o ar passe para dentro e para fora do corpo. Se direcionarmos nossa aten��o para as narinas internas, nossa mente logo se tornar� perdida no ir e vir da respira��o. Em breve, nenhum pensamento surgir�. Esta t�cnica � muito boa para nos ajudar a perceber a imperman�ncia de nossos corpos e de todas as coisas. � tamb�m uma das melhores t�cnicas para acalmar a mente e conduzir ao samadhi.

4. Apegue a mente ao umbigo. O umbigo � o "oceano da respira��o". � uma fonte central de energia vital no corpo humano. Devido a esta import�ncia, este ponto � chamado o "pal�cio central" em chin�s. Quando apegamos a mente ao umbigo na medita��o, fazemos o sangue e a linfa flu�rem no centro do corpo. Este fluxo tem grandes benef�cios de cura e muitos tipos de doen�as podem ser curados por ele. Quando usamos esta t�cnica, tamb�m podemos ter uma vis�o das trinta e seis partes maiores do corpo reconhecidas pelo budismo. Esta vis�o pode levar a um samadhi muito profundo. As mulheres devem ser cuidadosas em n�o usar esta t�cnica muito freq�entemente, j� que pode causar sangramento menstrual excessivo.

5. Apegue a mente � terra. Quando focalizamos a mente sobre a �rea abaixo de nossas almofadas de medita��o, trazemos grande estabilidade � nossa medita��o.

Deste cinco m�todos, apegar a mente �s narinas internas, ao umbigo e � terra s�o os mais estabilizadores e geralmente os mais efetivos. Um princ�pio geral que deve nascer na mente, quando quer que estivermos meditando, � que se o corpo se tornar extremamente leve e come�ar a se sentir como se estivesse flutuando para cima, devemos baixar nosso centro de aten��o. Se o corpo come�ar a se sentir muito pesado, como se estivesse afundando, devemos subir nosso centro de aten��o.

Desembara�ar a si mesmo
do desejo e dos caminhos maus
requer tanto vis�o quanto sabedoria.
Desembara�ar a si mesmo do mundo
e descobrir a alegria interior
� o come�o da medita��o.
� do Grande Tratado sobre a Perfei��o da Sabedoria

Terminando a medita��o

Assim como o processo de se preparar para meditar � importante, assim tamb�m � o processo de se levantar da medita��o. Se apenas pularmos de nossos assentos e corrermos por a� sem uma transi��o adequada, podemos perder o que obtivemos durante a medita��o e podemos at� mesmo nos fazer sentir doentes.

Quando entramos em medita��o, nos movemos do que � �spero e for�ado para o que � refinado e gentil. Quando terminamos a medita��o, nos movemos na dire��o oposta � o mundo calmo e gentil da mente interior luminosa deve abrir caminho lentamente para os requerimentos do movimento f�sico, da fala e dos pensamentos que nos carregam durante o dia.

Se nos levantarmos abruptamente depois de meditar e nos jogarmos de volta no mundo, podemos fazer com que tenhamos uma dor de cabe�a, que desenvolvamos rigidez nas juntas ou algum outro problema f�sico. A transi��es impensadas da medita��o de volta para a consci�ncia ordin�ria pode tamb�m contribuir ao estresse emocional ou irritabilidade. Para estas ocasi�es, � importante prestar aten��o aos cinco pontos seguintes quando se levantar da medita��o.

1. Mude seu foco para novas condi��es. Quando decidir que � a hora de terminar sua medita��o, voc� deve mudar sua aten��o do interior para o exterior. Conforme sua mente come�ar a refocalizar sobre as sensa��es externas, voc� deve se concentrar sobre o processo de sair da medita��o.
2. Abra sua boca e exale algumas vezes. Quando fizer isto, imagine que os �ltimos venenos em seu corpo est�o sendo expelidos. Sinta como todo o seu corpo participa no ato de respirar.
3. Mova seu corpo superior. Primeiro, gentilmente mova algumas vezes o seu corpo superior para tr�s e para frente, enquanto ainda estiver sentado; ent�o, lentamente gire e mova as outras partes do seu corpo, sem for�ar. Massageie gentilmente os seus ombros, bra�os, m�os, pesco�o e cabe�a.
4. Mova suas pernas. Depois de ter feito isso, comece gentilmente a se mover e a esticar suas pernas. Elas devem come�ar gradualmente a se sentir flex�veis e seguras. Se voc� mov�-las subitamente, elas podem come�ar a se sentir duras e desconfort�veis.
5. Massageie sua pele. Gentilmente massageie sua pele at� que sinta um formigamento agrad�vel.
6. Massageie seus olhos. Uma vez que o seu corpo e as suas m�os tenham come�ado a se sentir re-estimulados, massageie gentilmente os seus olhos at� que voc� sinta a circula��o normal retornar a eles. Quando seus olhos se sentirem confort�veis e prontos, abra-os.
7. Expila o calor. A medita��o muitas vezes faz a temperatura do corpo aumentar � algumas pessoas at� mesmo suam quando est�o meditando. Ao se levantar da medita��o, � importante expelir este calor ou permitir que ele se estabilize. O corpo pode estar bem sens�vel depois da medita��o. Sensa��es incomuns devem ser respeitadas e se deve permitir que o seu sistema retorne naturalmente � sua homeost�cia costumeira.

Ao nos levantarmos da medita��o, �s vezes � �til refletir sobre porque meditamos. A medita��o � uma t�cnica para acalmar nossos pensamentos deludidos, de modo que a verdadeira sabedoria possa pelo menos nascer. Conforme gradualmente vemos atrav�s das delus�es de nossa mente, nosso entendimento da ilumina��o aumenta lentamente. Conforme nosso entendimento aumenta, nosso desejo pela ilumina��o tamb�m cresce. Este desejo n�o � um desejo sams�rico por poder ou habilidades ps�quicas. � um desejo de melhorar nossa sabedoria e compaix�o. � um desejo de ser de maior benef�cio para os outros seres sencientes. � um desejo de se tornar benevolente como um buda.

A sabedoria que cresce em n�s atrav�s de nossa pr�tica de medita��o deve ser aplicada �s nossas vidas no mundo real. A medita��o que n�o � uma fonte de sabedoria pr�tica e socialmente ben�fica � provavelmente uma medita��o mal direcionada. Hui-neng, o sexto patriarca do budismo Zen, disse:

O que � medita��o sentada? Nos removermos de todas as distra��es externas e aquietar a mente � chamado "sentar". Observar a natureza interior em calma perfeita � chamado "medita��o".

Hui-neng tamb�m disse:

Remover-se de toda forma externa � chamado "medita��o" (dhyana). Estar perfeitamente interiorizado e tranq�ilo � chamado "concentra��o" (samadhi).

A medita��o n�o o carregar� para um outro mundo, mas revelar� as dimens�es mais profundas e maravilhosas do mundo no qual voc� j� vive. Contemplar calmamente estas dimens�es e traz�-las no servi�o da compaix�o e da bondade � o caminho correto para fazer ganhos r�pidos na medita��o, assim como na vida.

Na medita��o deixamos
os fogos da m�cula
pelo frescor do samadhi claro.
E isto � como a alegria
de cair na �gua fresca e clara
depois de se queimar no calor do sol.
� do Grande Tratado sobre a Perfei��o da Sabedoria

(Hsing Y�n Ta-shi. Only a great rain: a guide to Chinese Buddhist meditation.
Traduzido por Tom Graham, introdu��o de John McRae. Somerville: Wisdom, 1999. P�g. 34-39.)

Ler obras espirituais nos faz evoluir espiritualmente.

Leia nossos textos para sua evolu��o espiritual, eles s�o espirituais, ou uma sugest�o de luz: leia um texto nosso semanalmente.

Conhe�a o texto: Como Evoluir Espiritualmente.

Voltar a Pagina Inicial                   Livro de Visitas