A escola dos Virtuosos (tib. Gelug[-pa] / dGe
lugs [pa]) foi fundada pelo monge tibetano Tsongkhapa Losang Dragpa (tib.
Tsong kha pa bLo bzang Grags pa, 1357-1419). Tsong Khapa, considerado uma
emanação dos bodhisattvas Avalokiteshvara, Manjushri e Vajrapani, reformulou
os ensinamentos que recebeu das outras escolas do buddhismo tibetano,
particularmente da escola Kadam.
[Tsongkhapa foi] um renomado erudito,
meditador e filósofo; seu trabalho escrito contém uma visão compreensiva da
filosofia e prática buddhistas, integrando o sutra, o tantra, a lógica
analítica e a meditação yógica. Ele também foi um dos grandes reformadores
religiosos do Tibet, um devoto monge que dedicou sua vida para revitalizar o
budismo esotérico e recapturar a essência dos ensinamentos de Buddha.
O começo de sua escola pode ser traçado a
partir da fundação do monastério Ganden, em 1410. Este monastério era
destinado a providenciar um centro para sua escola reformada do budismo, na
qual os monges devem aderir rigorosamente às regras da disciplina monástica
(sânsc. vinaya, tib. Dülpa / 'Dul pa), aguçar seus intelectos no debate
filosófico e se engajar na prática tântrica de alto nível.
(John Powers, Introduction to
Tibetan Buddhism)
A educação monástica de Tsongkhapa começou
muito cedo. Na adolescência, ele já se dedicava totalmente à prática e
estudo religiosos, viajando pelo Tibet e recebendo ensinamentos de lamas de
todas as escolas do budismo esotérico.
Apesar de sua crescente reputação, ele vivia de
maneira simples e livre de qualquer ostentação ou arrogância. Ele tinha a
habilidade de impressionar as pessoas com seu aprendizado e sua profunda
sabedoria, enquanto simultaneamente ajudava a mantê-las tranqüilas na sua
presença. Ele nunca era rude ou desrespeitoso com seus oponentes de debates,
sempre mantinha sua equanimidade e respondia a todas as perguntas com igual
respeito.
(John Powers, Introduction to
Tibetan Buddhism)
Jokhang
Aos 32 anos, já famoso no Tibet, Tsongkhapa
começou a escrever seus principais trabalhos, como o Rosário Dourado das
Boas Explicações (tib. Legshe Serpeng/ Legs bshad gSer pheng). Ele entrou em
um longo retiro espiritual, que incluiu 3,5 milhões de prostrações completas
e 1,8 milhão de oferendas de mandala. As histórias tradicionais dizem que
ele alcançou uma realização espiritual tão profunda que vários budas e
bodhisattvas apareciam para ele, inclusive Bhaishajyaguru, Maitreya e
Manjushri.
Monges diante de uma thangka com a imagem de
Tsongkhapa Então, Tsongkhapa escreveu o seu trabalho mais importante, a
Grande Exposição dos Estágios do Caminho (tib. Lamrim Chenmo / Lam rim Chen
mo), tomando como base o texto Luz sobre o Caminho da Iluminação (sânsc.
Bodhipatha pradipa, tib. Jangchub Lamgyi Drönma / Byang chub Lam gyi sGron
ma), de autoria do monge indiano Atisha (tib. Jowoje / Jo bo rje,
980/990-1055).
O termo lam-rim tem grande significado e sugere a
importâncias dos três pontos seguintes: [1]o praticante tem o reconhecimento
correto e o entendimento da natureza do caminho no qual está engajado; [2]
todos os elementos chave do caminho e das práticas estão completos; [3] o
praticante engaja-se em todos os elementos das práticas na seqüência
correta.
(Dalai Lama, Illuminating the Path
to Enlightenment)
Os ensinamentos sobre estágios do caminho são
divididos em três escopos. No escopo inicial, a motivação do praticante é de
procurar a paz do renascimento em reinos superiores. Em um escopo
intermediário, o praticante reconhece que esta paz é impermanente e decide
procurar o estado de liberação do sofrimento. Finalmente, no escopo mais
elevado, o praticante desenvolve a grande compaixão e procurar levar todos
os seres sencientes à iluminação através da compaixão, da sabedoria e dos
meios hábeis. Nesta última fase, após completar os treinamentos do sutras, o
praticante inicia as práticas tântricas mais avançadas.
Outra obra importante de Tsongkhapa foi a
Grande Exposição do Mantra Secreto (tib. Ngagrim Chenmo/ sNgags rim Chen
mo), que se tornou a base da prática tântrica da escola Gelug. O principal
ensinamento de Tsongkhapa é chamado Estágios do
Caminho (tib. Lamrim
/ Lam rim), baseado no Lamrim Chenmo e no Ngagrim Chenmo. Os estágios do
caminho são sumarizados nos Três Aspectos da Principais do Caminho (tib.
Lamtso Namsum / Lam gtso rNam gsum):
•a intenção de deixar a existência cíclica;
•o objetivo de alcançar a iluminação para o
benefício de todos os seres sencientes;
•a visão correta da vacuidade.
Uma das principais práticas dos estágios do
caminho é conhecida como o método de sete pontos de causa e efeito, uma
meditação para desenvolver a compaixão. O primeiro ponto é o reconhecimento
de que todos os seres sencientes já foram nossas mães em vidas passadas. O
segundo é a reflexão sobre a bondade de todos os seres sencientes. O
terceiro é a intenção de retribuir esta bondade. A quarta é a meditação
sobre o amor. A quinta é a meditação sobre a compaixão. A sexta é a geração
atitude de responsabilidade universal. O sétimo e último ponto é o
desenvolvimento da bodhichitta, a mente altruísta que visa alcançar a
iluminação pelo benefício de todos os seres sencientes.
Os monges Gyeltsab Darma Rinchen (tib. rGyal
mtshab Dar ma Rin chen, 1364-1432) e Khedrub Geleg Pel Sangpo (tib. mKhas
sgrub dGe legs dPal bZang po, 1385-1438), discípulos de Tsongkhapa,
continuaram a difundir os ensinamentos. Outro discípulo de Tsongkhapa,
chamado Gendün Drupa (tib. dGe 'dun Grub pa, 1391-1474), acabou se
destacando nesta escola. Sera
Sönam Gyatso (tib. bSod nams rGya mtsho,
1543-1588), considerado sua terceira encarnação, recebeu o título de Dalai
Lama (tib. e mong. Ta la'i bLa ma), Oceano de Sabedoria, e sua linhagem
continua até os dias de hoje, desempenhando a função de lama superior da
escola Gelug. O segundo lama superior desta escola é o Panchen Lama (tib.
Pan chen bLa ma), o Mestre
Precioso.
Dalai Lama
No século XII, a escola Gelug assumiu o
controle político do Tibet, que passou a ser governado pelos Dalai Lamas até
a invasão chinesa de 1949. O Dalai Lama atual, Tenzin Gyatso (tib. bsTan
'dzin rGya mtsho, nascido em 1935), lidera o governo no exílio em
Dharamsala, no norte da Índia.
Em 1989, ele recebeu o Prêmio Nobel da Paz por
seus esforços pacíficos em prol dos tibetanos.
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