Gyulu

Por: Ricardo Chioro - Riath

(Inspirado e intuído pelos Mestres Ascensos)

O Budismo ensina que tudo está em constante transformação, tudo muda o tempo todo, e nós sofremos quando pesamos assim porque em um futuro algo que gostamos podemos não ter mais, algo que nos traz felicidade, por exemplo, e é angustiante pensar que vamos perder algo que nos faz bem.

Para não sofrer com esse pensamento, temos que atingir a realidade infinita, atemporal.  

No treinamento budista, para não sofrer com o medo da perda da felicidade, de um futuro ruim, você precisa aceitar que no futuro vai ser diferente, pois tudo está em constante mudança.

Nós geralmente fugimos desse pensamento que traz sofrimento, mas se vivermos o agora, estarmos plenos no momento presente.

A existência temporária é uma ilusão, e a prática do Gyulu nos faz quebrar essa ilusão, conseqüentemente acabando com o sofrimento.

O Gyulu tem um treinamento para acabar com as ilusões pouco a pouco, e nos vemos da maneira que realmente somos, isso é autoconhecimento.

Esse treinamento nos faz desapegarmos de nós mesmos.

O Budismo ensina que a fonte do sofrimento humano é a crença de que existe um Eu separado de tudo o que existe.

Quando na verdade a realidade é que tudo faz parte de tudo, então nos passamos a não mais nos enxergarmos como separados de tudo e todos, mas sim integrados a tudo e todo.

Se procurarmos um eu separado de tudo em nosso interior, não o encontraremos, e isso mostra que tudo na verdade está integrado a tudo, essa é a experiência que o Budismo visa que você tenha.   

Só vamos saber que não existe um eu separado de todo o resto da existência, se o procurarmos, e isso são um treinamento espiritual.

A prática do corpo ilusório é o Gyulu, onde não nos reconhecemos como sendo sozinhos, separados dos outros seres e do Universo.

A prática do Gyulu também consiste em perceber a ilusão de ter ou possuir algo, assim como a de que nossas emoções negativas também não são reais, apenas os sentimentos positivos.

Então com a prático do Gyulu aprendemos como são os fenômenos na realidade, então desenvolvemos sabedoria.

É importante que saibamos que o amor, a compaixão, são opostas a falta de afeto, pois muita gente confunde desprendimento com falta de afeto. 

O Budismo, nunca, jamais ensina a falta de afeto, mais sim a amarmos.

Nós nos desprendemos da idéia de possuir o outro, pois ele e nada nos pertencem, o amor liberta se for necessário.

A prática do Gyulu não acaba com o amor, o afeto, a vontade de estar perto de quem amamos.

O amor é algo tão maravilhoso grandemente, que quando ele é enorme deixamos ir quem estiver conosco se acreditarmos que será mais feliz sem a gente, isso é desapego, mesmo que essa pessoa seja especial e sempre queiramos estar com ela.

O amor e a compaixão fazem parte da realidade infinita.

Quando se fala de uma vida eterna na Bíblia, muitas pessoas acreditam que se trata de uma vida fora do mundo físico em que vivemos, mas muitos interpretam como a realidade infinita que falam tantas religiões, que é viver o absoluto, centrado e aproveitando cada minuto da existência, que é eterna, mas em constante mudança.

Se a pratica do Gyulu não tira toda a ilusão, pois mesmo os Budas ainda tem ilusões, imperfeições, então ele tira o sofrimento que vem de ilusão de um eu separado de tudo.

O objetivo é nos tornarmos mais felizes e calorosos, não menos felizes e frios, que seria o fato da falta de afeto, o Budismo não ensina isso.

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