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O CONFUCIONISMO IMPERIAL E A COSMOLOGIA
HAN NA CHINA
Por
Fabrício Silva
(Produzido durante meu período
de estudante de História na Universidade Sagrado Coração - Bauru - SP -
Brasil)
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Este trabalho
é parte de pesquisas realizadas dentro do conteúdo da disciplina História
da Ásia e procura mostrar que o império Han na China se baseou numa
estrutura política legalista, herança dos Qin, ao mesmo tempo usou a
filosofia confuciana para manter o Estado. Através da cosmologia e de uma
mentalidade chinesa constituída ao longo da História da China, justificou
para a população sua estrutura. Pais superiores aos filhos, homens as
mulheres, reis aos súditos, assim funcionava a hierarquia com base em
preceitos confucianos, onde a educabilidade moral e o desenvolvimento do
homem eram o objetivo final. Esse desenvolvimento moral protegia a Virtude
do erro humano, inclusive de erros do governante, Fairbank (2008). Por sua
vez o Daoísmo trazia em sua visão cosmológica e naturalista as idéias
populares que com movimentos como o dos Turbantes Amarelos chegariam até a
elite culta. Crenças em magia antiga, elixir da imortalidade, o misticismo
nativo de sua filosofia passiva. Para fortalecer o Estado foi mantido o
Legalismo despótico da Era Qin. Era o amálgama legalista-confucionista, o
chamado “Confucionismo Imperial”. A violência contra povo e funcionários
continuava, mas o governo não poderia se basear apenas na força, daí a
importância do confucionismo e sua preocupação com a moral e a conduta
adequada. Tudo isso levou o Confucionismo ao centro do cenário político
como educação oficial, Fairbank (2008). Já para Gernet (1974), Apesar do
rejuvenescimento das idéias confucianas, sua influência não foi suprema na
época dos Han, dado o caráter eclético da vida intelectual do período. A
estrutura política, filosófica e religiosa do império Han está baseada na
teoria dos Cinco elementos, segundo Gernet (1974). Fairbank (2008)
discorda ao dizer que a relação entre o governante e seus antepassados já
era parte de um pensamento milenar chinês. Esta ligação entre Céu e terra
gerou no período Han o conceito dos Cinco Elementos e os Ciclos sendo o
mais conhecido o I-Ching, opinião corroborada por Morton (1986). Um
pensamento por correlação que não era exclusividade dos chineses, mas que
ganhou força, com a idéia do governante no centro e intimamente ligado a
natureza, construiu uma firme doutrina e levou os chineses ao encontro do
pensamento científico, Fairbank (2008). O Confucionismo foi usado para
justificar o despotismo legalista, mantendo a força estatal. O Daoísmo,
com crenças opostas ao confucionismo, conviveu junto a ele. A mentalidade
simbólica milenar chinesa encontrou no conceito dos Cinco Elementos e dos
ciclos como o I Ching, a resposta ecumênica das sucessões dinásticas. Era
o fim da unificação pelos Han.
Referências
Bibliográficas
MORTON, William
China – História e Cultura. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 1986.
GERNET, Jacques
O Mundo Chinês – Uma civilização e uma história, Vol 1. Rio de
Janeiro: Edicões Cosmos, 1974.
FAIRBANK, John
King; GOLDMAN, Merle China – Uma nova história, Porto Alegre: LP&M,
2008.
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