Os Três Tipos de Sofrimento

Por: Ricardo Chioro - Riath

(Inspirado pelos Mestres Ascensos)

Carl Jung, o criador da Psicologia Analítica ou Junguiana dizia que se interessou pelo Budismo no aspecto de lidar com a dor.

Como Jung era médico psiquiatra lidava com a dor de seus pacientes, se interessou pelo Budismo no seu aspecto de lidar com a dor.

De acordo com o Budismo existem três tipo de sofrimento, que são:

 

1 - O sofrimento do sofrimento

2 - O sofrimento trazido pela mudança

3 - Sofrimento que a tudo permeia.

 

1-O Sofrimento do Sofrimento

 

Esse sofrimento tem dois tipos:

a)      O sofrimento intrínseco da vida, do qual temos consciência, são todos os tipos de dor sejam psicológicas ou físicas.

Tentamos fugir desse sofrimento. 

b)      O sofrimento de tentar fugir da dor intrínseca.  

O sofrimento do sofrimento é próprio da vida, inclui diversos tipos de dor como nascimento, velhice, doença, morte, estar ligado ao que se detesta, perder o que gosta, estar separado do que deseja e ama e não realizar seus desejos.

Isso quer dizer que a dor pode causar mais dor, é o medo de sofrer fazendo sofrer.

É a dor que causa dor, é o sofrer antecipado quando um fato ruim irá acontecer e nos prejudicar, mas muita energia se coloca no medo.

As vezes o medo traz mais sofrimento do que o fato ruim que pode acontecer.

 

2-Sofrimento Produzido pela Mudança

 

Essa é uma forma de lidar com o ruim, se caracteriza pela busca do prazer e alegrias transitórios, e justamente por não serem fixos causam a dor do termino de acabar com o que é bom e agradável.

O Nirvana traz uma felicidade gigantesca e sempre presente, por isso a solução para acabar com a dor que o Budismo oferece é a iluminação.

Porém nem todo tipo de insatisfação é anulado com a iluminação, os Budas também sofrem.

Como no sofrimento produzido pela mudança nos faz buscar uma alegria e prazer transitórios, justamente por acabarem geram a insatisfação de acabar o que é bom.   

As ocorrências da vida são incertas, sem garantias, não assumir esse fato para o Budismo é o que causa o problema.

Para o Budismo não devemos negar ou fugir o que traz sofrimento, mas sim encará-lo.

A pessoa que não tem segurança busca controlar a realidade, já a segura aceita as coisas como são.

Bel Cesar quando começou a conviver com mestres do Budismo percebeu que eles vivem a vida, não tentam a controlar.

 

3-O Sofrimento que a tudo Permeia

 

É uma forma sutil e constante do sofrimento.

Os seres humanos normalmente tentam lutar ou fugir da realidade que existe sofrimento, tentamos driblá-lo, evitá-lo, porem segunda a crença de Buda isso é inevitável, isso nos remete segundo Bel Cesar a necessidade de encará-lo.

A indignação frente o sofrimento só vai aumentá-lo.

Se a dor é real, isso é um fato, tentar lutar contra ela só pioram as coisas.

O Budismo ensina a aceitação e conformismo como um remédio para não piorar e sim melhorar a situação.

O Nirvana traz um desprendimento em que não se importa muito com a dor, assim Jesus pode ir para a Cruz, aceitando que deveria passar por isso, ele sofreu, mas isso tinha que acontecer para completar sua missão terrestre, ele fez isso para beneficiar os outros.

Bel Cesar, uma terapeuta budista ensina que aceitar o que é ruim não havendo o inconformismo nos deixa mais leves.

O Lama Gangchen ao final do exercício de meditação dizia: não existem mais inimigos.

Ao contrário do que muita gente acredita: que devemos somente nos preocupar e se importar com os outros e não nós mesmos, o Budismo e Bel Cesar ensinam que devemos ter empatia e compaixão pelos nossos sofrimentos, que devemos ter interesse para conhecê-lo e transmutá-lo, ai sim estaremos abordando o objetivo budista que é o fim do que nos faz mal. 

Buda estava interessado no fim do que é causa o mal para os seres humanos, a solução que ele conquistou para si mesmo é não ligar para o que possamos passar de ruim, não se importando muito mais com isso.

O objetivo da religião que estamos abordando nesse texto é o fim do sofrimento possível, mas com a iluminação conquistamos não o fim de tudo que nos atormenta, mas o desprendimento de uma realidade que nos faz mal, que nos faz ficarmos preocupados com o que podemos passar de mal.

Por algum motivo quando não nos preocupamos com o que a vida pode trazer de dissabor, não nos atormentamos com isso.

Jesus disse que para entrarmos no reino dos céus temos que ser como as crianças, uma das características delas é que vivem o presente, não se preocupam com o futuro, assim não sofrem por antecedência.

Existem pessoas que sabem ver pela expressão no rosto do outro o que ele está pensando, e uma vez um repórter que foi a um templo Shaolim que cuidava de jovens carentes, reparou que elas não expressam qualquer preocupação com relação ao futuro, mesmo estando nessa situação desvantajosa de serem carentes, que isso pode causar diversos medos com relação ao futuro.

Compaixão é ver a dor do outro como a sua, se você não liga para si mesmo, como vai ver a dor do outro como a sua?

Se importar somente com o outro como vai realizar sua compaixão?

A compaixão é via de mão dupla, temos que nos ajudar a perdermos a nossa dor e a dos outros se soubermos como, isso sim é uma realização para a compaixão, um objetivo também da crença de Buda.

Sejam empáticos com o próprio sofrimento e dos outros, cuidem de si e dos outros.

Namaste

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